quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Vamos de cranberry hoje? Chega de infecções urinárias!


Confesso que esta não é minha frutinha predileta, mas ganhou disparada minha preferência como método de prevenção a problemas de saúde. Por isso, a dica hoje é para quem anda cansado de tanto antibiótico para conter infecções urinárias. 
Descobri a frutinha no último ano e foi tão legal que não consigo entender como as pessoas não falam do assunto. Vou contar como foi. 
Fizemos uma viagem deliciosa para visitar primos muito queridos, em janeiro de 2017. Aproveitamos a viagem para curtir o Tremendão, nosso PT Cruiser. Dirigi muitas horas seguidas com poucas paradas. 
No caminho para Ijuí não tem um Graal a cada 50km, como é de se esperar. Acabei pegando uma infecção urinária. Acredite, foi a única coisa ruim em toda a viagem. Todo o resto foi beleza e alegria. 
A inconveniência de uma infecção urinária vai além do mal estar físico. A impressão que tenho é de que ela age como um fantasma que mora em uma residência que você pretende comprar. Quando você começa a achar que está tudo bem, ela aparece novamente e te assombra. 
Como estava cansada das aparições recorrentes dos sintomas e não querendo mais tomar antibióticos, comecei a procurar uma alternativa. Conversei com uma amiga enfermeira sobre fitoterápicos e ela me falou o nome da frutinha salvadora, cranberry. 
Fui estudar a respeito e descobri que cranberry tem “proantocianidina, substância apontada por estudos como sendo de 15 a 25 vezes mais potente do que a vitamina E para inibir a aderência e evitar a translocação de bactérias (do intestino para o trato urinário)  principalmente do tipo E.coli na mucosa da bexiga, combatendo infecções do trato urinário”* além de ter vitamina C que é antioxidante. Dá pra encontrar cranberry de várias maneiras, fruta in natura, em suco de caixinha, congelado, em pó, em pacotinhos de porções diárias que podem ser comprados em qualquer farmácia e levados na bolsa em viagens longas. 
Depois desta conversa, comecei a ver a tal frutinha em tudo o que foi lugar. Até nas séries que assisto, mulheres oferecem cranberry umas às outras, como forma de cuidar da saúde das amigas, tipo pedindo ao barman: “para ela um suco de cranberry”, pois passou noites chorando pelo ex, ou trabalhando demais. O motivo é sempre previnir uma cistite em momento de queda de imunidade. Ou seja, parece que todos sabiam, menos eu!!
Comecei a usar a fruta meio descrente. Como poderia resolver um problema assim, se nunca antes eu tinha ouvido falar disso? Resolveu! Usei o composto de farmácia, um pozinho que a gente dissolve em água gelada e toma. Foi inacreditável, ver que em 15 dias não havia nenhuma aparição fantasmagórica, que antes não me deixava em paz por meses. 
Eu sou do tipo que sinto quando algo está errado. Conheço meu corpo muito bem, a ponto de notar muito antes da coisa piorar que algo ruim está por vir. Antes eu sabia que a infecção estava chegando e já entrava em pânico. Começava a tomar muita água e ficava alerta. Cranberry me tirou desse ciclo. 
Seja em composto em pó de farmácia ou em suco de caixinha, um cálice por dia é mais do que suficiente para viver tranquila, sem a assombração da infecção urinária.
Quis compartilhar isso, porque eu mesma gostaria de ter sabido antes. Acho que quando se descobre coisas boas é preciso espalhar a notícia. Descobri que também é uma boa para quem trata H.pylori. 
Só mais uma coisa: esse é um método preventivo e tratamento fitoterápico. Nunca, eu disse nunca, deixe de consultar um médico ou pare um tratamento com antibióticos para tomar outra coisa indicada por amigos ou que tenha visto na TV ou internet. A prevenção é a melhor estratégia, mas quando a doença vem, consultar um médico é a melhor atitude a se tomar. 

*Fonte: USDA (United States Department of Agriculture)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Não ouse olhar para o lado. O abuso infantil acontece em segundos.


Ter uma criança sob sua tutela é viver em alerta, inabalável como um membro da guarda real britânica. 
Quero falar sobre abuso infantil. Não vou falar sobre pedofilia, já que a palavra trata de um distúrbio que pode ou não fazer vítimas. É do crime que a patologia pode desencadear, é disso que quero falar. 
Li alguns relatos de adultos que sofreram abusos na infância. A maioria deles não buscou ajuda ou aconselhamento. 
Uma das vítimas abriu a minha mente, quando contou sua história. Para ela, nada de mais havia acontecido. A criança seguiu sua vida normalmente após o abuso, sem contar a ninguém.  Até que soube o que havia acontecido, quando começou a ter intimidade com um namorado. Foi aí que a ficha caiu. Só então ela entendeu que os toques de um conhecido da família que duraram poucos segundos, com todos os familiares dela presentes na casa, eram muito inadequados. 
A partir desse dia, ela passou a se sentir culpada. 
Sentia que não era honesta com o namorado, pois já havia sido tocada antes. Esse terror psicológico a perseguiu por anos. 
Uma criança de cinco ou seis anos pode não entender na hora o que está acontecendo. Pior, pode sofrer um abuso tão rápido, com segundos de duração, que se quer fique em sua memória como um fato, mas o subconsciente não perdoa. Assim que um gatilho é acionado, a lembrança vem avassaladora.
O abuso infantil acontece todos os dias e de várias maneiras. Como podemos proteger as crianças dele, então? 
Primeiro não sendo um abusador. O simples fato de circular de carro com uma criança solta dentro, podendo ser arremessada pelo vidro, já é um abuso contra a criança indefesa. 
O adulto é responsável por cuidar para  que uma criança não saia correndo e atravesse uma avenida sozinha. 
É o adulto que precisa estar de olho nas coisas que uma criança pode levar a boca. 
É o adulto que deve controlar o que uma criança assiste na TV ou no YouTube, impedindo que ideias estapafúrdias sejam implantadas em sua cabecinha mole, fazendo com que ela própria se coloque em risco. 
É o adulto que precisa ensinar os limites do corpo dela e dos demais a sua volta. 
É o adulto que deve saber onde a criança está, com quem está e o que está fazendo. 
Então eu volto a menina que teve sua vida inteira mudada por segundos no colo de um abusador e lembro que coisas muito ruins acontecem mesmo dentro de nossos lares. 
Todo o cuidado ainda é pouco porque são diversos os abusos que uma criança pode sofrer desde o seu nascimento até que ela seja capaz de se defender sozinha. É nosso papel estarmos alertas o tempo todo.